segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

"Ah, páginas da vida que eu amava..."

Hoje sonhei com a minha infância...as brincadeiras, as surpresas, as raivas, os sentimentos de criança...e acordei com lágrimas nos olhos.

Uma sensação de que algo tinha ficado para trás, uma impressão de que algo se perdeu na transição para a vida adulta, uma vontade de esquecer tudo e voltar para aquele tempo em que as maiores preocupações eram zerar o Super Mario e saber resolver a expressão numérica da prova de matemática.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um ponto de vista sobre o amor.

"Porque amor não se troca,
 não se conjuga nem se ama.
 Porque amor é amor a nada,
 feliz e forte em si mesmo"
(Carlos Drummond de Andrade)


Hoje li, em um cartaz, umaa frase que dizia ‘Amar é não enxergar os defeitos do outro’...mas será que isto é mesmo amar? Acho que não ‘enxergar’ os defeitos do outro, ou melhor, fazer de conta que não enxerga, não é verdadeiramente amar, mas sim, se enganar. É bem verdade que quando nos interessamos por alguém, existe aquela fase inicial marcada pela paixão, em que tudo no outro é belo e perfeito...mas, desde quando paixão é amor? Não sou nenhum especialista ou mesmo experiente no assunto, mas sempre ouvi dizer que paixão é passageira, amor é duradouro.
Acredito que, quando a paixão vai amadurecendo, se arrefecendo, começamos sim, a enxergar os defeitos de quem está ao nosso lado. Mas aí então é que se descobre se todo aquele sentimento era mera paixonite, ou se a paixão vai dar lugar ao amor. É nesse momento que o amor mostra começa a desvelar o véu existente entre cada um de nós e aquele que é objeto de nossa afeição. É nesse momento que começamos a enxergar o outro como ele realmente é, livre disfarces e ilusões. Mas a beleza desse momento é o fato de que não enxergamos o defeito do outro de forma crítica. Pelo contrário, aprendemos a entender todos os possíveis defeitos, trabalhando em conjunto na tentativa de ajudar o outro a superá-los, ou simplesmente aceitando-os dentro de nossas limitações.
Ninguém no mundo é perfeito, e tolo é aquele que se ilude achando que encontrou a perfeição naquele que está ao seu lado. Em um relacionamento, a perfeição é encontrada em pequenos momentos nos quais a compreensão, o carinho, o desejo, a honestidade e a cumplicidade estão presentes. Não, amar não é deixar de enxergar os defeitos de quem está ao seu lado...amar é enxergar estes defeitos e compreendê-los!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

5 Yenes

"As dádivas feitas com carinho dobram de valor"
(Textos hindus)


Os símbolos da sorte ou amuletos estão presentes nas mais diversas culturas. Oferecer a alguém algum desses símbolos normalmente tem um significado especial, pois além do gesto de carinho já existente no ato de presentear, carregam em seu significado os bons pensamentos que se tem em relação à pessoa presenteada. É uma forma de oferer aquilo que não pode ser comprado ou adquirido mas que apresenta valor imensurável. É uma forma de desejar que alguém seja feliz e encontre sucesso em sua jornada nessa vida.

Há alguns dias fui presenteado com um desses símbolos, uma moeda de 5 yenes que, para a cultura japonesa tem um pouco desse significado. Por isso, gostaria de agradecer não apenas pelo presente, mas, pelo significado do presente. E mais do que isso, pela companhia e carinho que acompanharam o presente, desejando que você possa ter sempre "5 yenes" onde quer que esteja!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mais uma sobre solidão...

...ou melhor, sobre a não solidão.



"Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos."

(João Cabral de Melo Neto)

Imagem: B. A. Schmidt Arts
Versos: Tecendo a Manhã - João Cabral de Melo Neto

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Solidão...


"Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou."

(Fernando Pessoa)




Solidão é uma palavra forte, palavra que costuma evocar sentimentos como tristeza, angústia, isolamento. A solidão tem-se feito minha constante companheira nesses últimos anos. Não há como negar que ela, em sua possessividade, traga consigo um pouco de tristeza. Que por vezes, nesta nossa relação, ela me prive de viver a realidade ao meu redor, encarcerando, em sólida fortaleza, apenas eu e ela. Ou que ela, em sua presença forte e constante, faça com que me sinta só em meio a uma multidão.


Mas a solidão não é apenas essa companheira tirana. A solidão também traz conforto e alívio, naqueles momentos em que preciso de paz para pensar minhas atitudes, traçar minhas metas, chorar minhas derrotas e pensar meu futuro. A solidão é companheira necessária quando preciso valiar o sentido que estou dando à minha vida ou simplesmente atuando como elo de ligação com a Presença Maior na qual acredito.


Acredite, solidão não é assim, tão má companhia como costumam pensar, apenas não se deixe dominar por ela. Para mim talvez não seja tão fácil, mas espero um dia dar adeus à solidão possessiva que hoje tenho como companheira, reencontrando a solidão amiga, confidente e parceira nas minhas reflexões. Amiga estimada que apenas me visitava enquanto eu tinha, por reais companhias, pessoas com rostos e nomes, pessoas que partilhavam comigo, além da sua presença e das suas palavras, o calor confortante de um abraço...